Eis que surge o meu blogue "pseudo-intelectual" para partilha de textos da minha autoria.



terça-feira, 8 de outubro de 2013

Leva o Vento Contigo

Se partires, leva o vento contigo. Leva esse vento que me esfria e essa chuva que me molha, não os quero para mim. Já fomos tanto em tão pouco, que já nem sei como ser agora que te vais. Hoje a chuva é a percursionista. O seu toc toc em janelas e telhados dá ritmo a uma canção que se quer de embalar. A mente foge, deixa-se levar. Escapa-me a consciência por entre os dedos mas volta na agitação do que os sonhos trazem. Já não quero isto, de voltares para mim todas as noites e não estares cá quando acordo. Admito-te tudo menos que te evapores ainda antes de te ter alcançado. És quimera quando te quero concreto. Serás sempre o calor no peito e o frio na cama, apenas porque te demoras demais.
Quando te ausentares, deixa-me apenas com o teu calor, aquele que a tua pele emana quando me encosto ao teu peito despido, aquele que quase me queima. Não me chega o cheiro que deixas no meu pijama e no meu quarto, sou demasiado ávida de ti... Hoje queria que ficasses, que não fossemos um amor de fim-de-semana. Mas tu não ficas, deixas-me aqui agarrada a promessas. Eu alimento-me delas, na esperança que me aguentem até à tua próxima visita. Só que eu não vivo de juras... É que para mim somos vontades, somos amantes. Somos Paris, somos Nova York, somos Hong Kong. Somos a Europa ou somos a Terra inteira. Somos a Via Láctea, se for preciso. Para mim somos aquilo que quisermos! Para ti, nem sei... Às vezes chega-me saber que te sou, seja eu o que quer que seja. Às vezes... Hoje não é uma dessas vezes. Hoje queria mais mas tu já te vais.



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